quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Polícia Federal na Argentina

Polícia Federal no Brasil:


Agentes federais brasileiros em mais uma mega-operação contra os grandes chefões do crime organizado



Agente federais brasileiros na operação "salvadores da pátria"



Polícia Federal na Argentina:


Agente federal argentino... ééé... vigiando uma praça?


Agente federal argentino... ééé... falando no telefone público?
(o salário não dá para pagar um celular, não?)


Confesso que nos chocou a primeira vez que olhamos um policial federal na Argentina (as fotos acima é de nossa autoria, mostra alguns agentes espalhados pela Praça de Maio), vendo um agente federal ali - com uniforme de operário e vigiando uma praça igual um guardinha civil - a primeira coisa que eu pensei é que havia algo de muito errado naquela cena

Depois do susto inicial, eu e meu pai debatemos e chegamos a conclusão que a Polícia federal na Argentina deveria ser semelhante a Polícia Civil no Brasil (para assuntos mais locais), e que deveria haver uma outra força policial no "país do tango" que atuasse de forma semelhante à Polícia federal brasileira

Hoje, pesquisando na Wikipedia, pude ver que estávamos errado... na Argentina existe a Polícia Provinciana para os assuntos locais e a Polícia Federal de lá tem praticamente as mesmas atribuições da Polícia Federal daqui

O que nos levou a conclusões erradas é que na Argentina existe uma exceção para a capital nacional, onde a Políca Federal assume também o papel da Polícia Provinciana (ou civil no caso do Brasil), por isso que vimos em Buenos Aires policiais federais espalhados pela rua...

agora eu fico imaginando se não é uma situação embaraçosa ser concursado, possuir um salário equivalente a cinco ou dez mil reais e ter um cargo de agente federal para ser obrigado a passar o dia em pé e ter a função de vigiar uma praça hehehehe

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Segundo dia na Praça de Maio!

Depois de comprarmos a câmera e almoçarmos no Shopping Alto Palermo, partimos novamente para a "Plaza de Mayo" já que - como já comentado - não tínhamos registrada a Praça em fotos no primeiro dia que fomos lá

Pegamos um metrô e descemos na Estação Catedral, que é apenas uma entre tantas outras inúmeras estações que dão acesso a uma das mais importantes praças de Buenos Aires


Entrada de um metrô na Praça de Maio

Chegando à Praça ainda faltava bastante tempo para que se desse a início a cerimônia de recolhimento da bandeira e ao momento em que a Casa Rosada ficava aberta ao público, que ocorria logo após a cerimônia. Aproveitamos o tempo livre para visitarmos uma igreja histórica próxima à praça - a Igreja Catedral - mas infelizmente não era permitido tirarmos foto lá dentro. Em seguida uma missa começou a ser rezada, meu pai - que estava cansado - ficou sentado lá escutando uma agradável e compreensível missa em espanhol (inclusive comentou que a pronúncia do padre era horrível auhauahu), enquanto eu voltei para a Praça de Maio e fiquei "brincando" de tirar foto para passar o tempo, como se pode ver nas fotos abaixo heheh

Criança argentina brincando com os pombos:


Nunca vi um local tão cheio de pombos como essa Praça de Maio, era pombo em todos os cantos rs:


Mãe e filha alimentando pombos em frente a Casa Rosada:


Essa foto ficou legal, a garota alimentando o pombo na mão com a Casa Rosada ao fundo:


Não só de pombos vive a Praça de Maio, né? heheh

Como já falado em um post passado, a Praça de Maio é um dos principais lugares dos mais diversos tipos de protestos que ocorre na Argentina e eu tive a sorte de está presente no dia de uma dessas manifestações

Chegando na Praça de Maio eu fui surpreendido por ela está cheia de bandeiras e faixas com as cores branca e azul do país do tango, era o dia do Veterano de Guerra (8 de fevereiro), uma homenagem aos militares argentinos!

Uma manifestação de patriotismo por parte dos militares nesse dia seria algo completamente normal e aceitável, porém o que podia ser visto na Praça naquele dia ia muito além disso: os militares acampavam no meio da Praça e o assentamento era feito de forma bem bizarra, de improviso como se eles ainda tivessem no meio de um conflito militar.

Para completar a bizarrice da cena, eles espalhavam várias faixas pela praça para protestar (pasmem!) contra a Guerra das Malvinas! Não sei se ainda hoje existem americanos que ainda fazem fervorosos protestos pela Guerra do Vietnã (heheh), mas era engraçado ver aqueles militares lá com cartazes de "O sangue derramado jamais será negociado" ou "As Malvinas são e serão argentinas" como se a guerra ainda estivesse em curso...

O pior de tudo não é nem a caduquice daqueles militares, é saber que em pleno século XXI ainda existe alguém da valor a uma dais mais curtas, sangrentas e desnecessária guerra que aconteceu no século XX, promovida de forma artificial por uma ditadura militar numa tentativa imbecil e desesperada de recuperar sua decadente imagem perante a população

Fotos dos cartazes espalhados pela praça:


"As Malvinas são e serão argentinas"
"O sangue derramado jamais será negociado (pela honra de nossos irmãos mortos nas ilhas, no oceano e no continente)"



"Memoria, justiça, sin olvido (Memória, justiça, sem esquecimento) "

Nessa foto dá uma para ter uma bela visão do acampamento improvisado no meio da Praça (observe o tiozão falando ao telefone heheh):


Outra foto do acampamento mostrando as faixas na lateral:


Adentrando o acampamento para tirar uma fotinha (heheh):


Uma última foto, parte de trás do acampamento:

"Acampamento da Praça de Maio. Veteranos de Guerra NÃO reconhecidos"

Apesar de eu está sozinho passeando pela praça (enquanto meu pai descansava na igreja), eu apareço em algumas fotos... adivinha quem tirou a quinta foto da sequência acima?

A Cristina? O Maradona? Não, não... chegou perto... ninguém menos que a Polícia Federal! Uhuhauha, pode parecer uma piada sem graça e sem contexto, por isso que garanto que não é uma piada... estou falando sério, enquanto a Polícia Federal aqui no Brasil tem todo aquele status e aquela aura de salvadores da pátria, a polícia federal na Argentina mais parece com... com... uma piada! Isso mesmo, a começar pelo uniforme que mais parece de um operário de chão de fábrica... eu humildemente pedi para o cidadão bater uma foto e - sem saber que era um agente da polícia federal em seu traje de serviço - eu fiquei com pena do coitado e até cogitei ensiná-lo a usar a câmera pensando que era um pobre peão :( rsrsrs... tudo bem admito, essa última foi piada heheh...

Vou guardar para o próximo post uma foto do cidadão para o leitor saber do que estou falando... enquanto até o taxistas de Buenos Aires parecem respeitáveis agentes da polícia quando estão em seu carro (clique), o pobre do cidadão que é nada mais que agente da polícia federal nem policial parece, se assemelha mais a um guardinha de rua heheh :D

Mudando de assunto, depois de horas batendo fotos na Praça (e depois de ter feito um policial federal de fotógrafo) aproximava-se o horário da Cerimônia da Bandeira. Abandonei meu passatempo e corri para Igreja para chamar o meu pai, quando retornamos à praça a cerimônia já estava a alguns minutos de seu início

Não vou falar neste post como ocorre essa teatral cerimônia, porque já a descrevi detalhadamente no post "Primeiro dia na Praça de Maio" (clique!) . Após as belas encenações da solenidade de recolhimento da Bandeira Argentina, pudemos fazer uma visita guiada à Casa Rosada... o que já é assunto de um próximo post!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Segundo dia de viagem! (Shopping Alto Palermo)

Domingo era nosso segundo dia de viagem em Buenos Aires e a primeira vez em que nós acordávamos no Hostal de la Boca



Uma coisa é certa: não se deve esperar muito de um café da manhã em um albergue! No máximo um pão e um café! E torcer para que tenha um pouco manteiga para por no pão e pouco de leite para misturar com o café...

Mas quando chegamos na cozinha, nem café, nem pão! Como já falei uma vez, o albergue inteiro (que era relativamente grande) tinha um único funcionário (o Damián) e acho que não era sensato esperar que além de tomar conta da correria do dia-a-dia do albergue, ele ainda fosse se preocupar em nos servir café, pãozinho e uma geléia de morango para acompanhar, né?

Pois é, a cozinha era uma pequena mesa, armários para dispensa e uma geladeira, quem quiser que comprasse e cozinhasse... como nós não tínhamos nada comprado, tomamos nosso café-da-manhã "en la panaderia vecina a lo hostel" (na padaria vizinha ao albergue)

Depois do café, retornaríamos ao Shopping Alto Palermo já que necessitávamos comprar a câmera. Na noite anterior, apesar do equívoco do shopping fechado, já tínhamos escolhidos na vitrine a câmera digital a qual nós compraríamos no dia seguinte. Pegamos um ônibus e novamente descemos longe do nosso destino (não sei se foi por equívoco novamente rs) e mais uma vez tivemos que pegar um taxi para ir ao "Alto Palermo"

Uma vez no Shopping Alto Palermo, compramos uma câmera digital (já que a nossa havia ficado por engano no Brasil). Ufa, finalmente podíamos nos sentir um turista menos incompleto, porque fazer uma viagem e não ter câmera para registrar é como querer escutar música e ser surdo!

Finalmente estávamos livre para tirar fotos! Isso era algo tão importante que chegamos a considerar o nosso primeiro dia de viagem como perdido - visto que havia sido improdutivo porque não havíamos registrado nada. Por isso decidimos que nosso segundo dia seria nada mais que uma repetição do primeiro (só que com fotos): logo, mais tarde retornaríamos a Praça de Maio!

Além da câmera, compramos no "Alto Palermo" outra coisa que nos seria bastante útil durante a viagem: uma caneta (você nunca sabe quando vai precisar, por isso carregue uma! hehehe) e um dicionário "português-espanhol" - esse pode parecer supérfluo para duas línguas tão parecidas, mas é muito importante e cômodo carregar um pequeno dicionário de bolso: ele nos foi muito útil em diversas situações, sem ele seria bem mais complicado entender o que é "pollo" (frango) ou pedir uma "gaseosa" (refrigerante)... o que complicaria ainda mais nossa atrapalhada situação ao fazer um pedido na lanchonete hehehe.

Mas lanchonete é coisa de americano, os argentinos - que são muito parecidos com nossos amiguinhos gaúchos - gostam mesmo é de churrasco! Nada melhor do que almoçar na "Parrilla (churrascaria) Argentina":


Depois que eu bati essa foto, uma segurança do Shopping veio me chamar atenção, advertindo que não era permitido fotografar as áreas comerciais, uahuah...

Depois do almoço, descansamos na parte externa superior do "Alto Palermo", onde dá para ter uma visão privilegiada cidade de Buenos Aires. Mais tarde, pegaríamos um metrô em direção à Praça de Maio. Iríamos repetir o trajeto do dia anterior! (já que dessa vez tínhamos câmera e podíamos registrar o que víamos durante nossa viagem)

Nota: Uma grata surpresa que tivemos durante nosso passeio no "Alto Palermo" foi descobrirmos uma grande variedade de livros brasileiros em uma livraria do Shopping. Encontramos desde de autores mais célebres - "como Machado de Assis, Paulo Coelho, Graciliano Ramos, José Lins do Rego" - autores menos conhecidos - "como Fernando Morais ou Rubem Fonseca" - a até mesmo autores que nem mesmo deveriam ser citados, como "Sarney" - e o seu livro de gosto duvidoso "O dono do Mar"(...anhão rs)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fim do primeiro dia de viagem!

Depois de trilharmos pela Praça de Maio e pela Casa Rosada e ficarmos impossibilitado de tirarmos fotos, concluímos que a viagem não poderia continuar a partir daquele ponto se nós não comprássemos uma câmera digital. Eram oito para oito e meia da noite quando saímos da Praça de Maio, bastava que comprássemos a câmera, jantássemos e voltássemos para o albergue para encerrarmos o nosso primeiro dia de viagem. Mas várias situações aconteceram nesse meio tempo e merecem ser relatadas

Começando pelo incidente do metrô...

Visando a compra da câmera digital, resolvemos que partiríamos da Praça para o Shoping Alto Palermo (famoso shopping center de Buenos Aires) por meio de metrô - visto que, as várias estações na Praça de Maio praticamente convidam o turista para o uso deste meio de transporte. Abrimos nosso mapinha "metroviário" de Buenos Aires (que nos fora fornecido pelo próprio albergue) para vermos como chegaríamos à estação Palermo, não obstante pedi informação a um guarda que - com um difícil espanhol - só consegui entender que deveríamos entrar numa estação do outro lado da Praça.

Acreditando que a informação fornecida pelo guarda foi corretamente compreendida pela gente, nos dirigimos ao fim da praça, descemos para a estação subterrânea - onde conhecemos um gaúcho - e dentro de alguns minutos estávamos viajando no metrô: íamos felizes, e enquanto isso meu pai extrovertidamente tentava improvisar um portunhol para papear com argentinos presentes no interior do trem. Ia tudo tranquilo se não fosse por um pequeno "porém", depois de um tempo sentir uma sensação estranha por uma falta de algo, cutuquei meu pai e fiz a observação: "-Pai, nós não pagamos!" "O quê? Como assim?"

"Que raios de metrô é esse em que entramos sem pagar???" - pensei. A situação estava muito estranha, tentamos conversar sobre o assunto com os argentinos que viajavam no mesmo vagão que a gente. Depois de escutarem nosso dilema - e possivelmente terem nos entendidos - eles perguntavam muito se nós não passamos por um tal "molinete" (?), só depois fomos descobrir que eles se referiam ao que em bom português nós chamamos de "catraca".




Realmente, nós não havíamos passado em nenhuma catraca, já que nós não descemos para a estação por uma escada (como na foto acima) e sim por um elevador. - aí estava a solução (ou melhor, a causa) do problema. Até hoje não entendi o motivo do elevador por onde passamos dar esse estranho acesso "gratuito"(?) ao metrô. Será se este era reservado a deficientes físicos e idosos que não pagam pra viajar? Não sei, só sei que apesar de ficarmos grato com a "entrada franca", nós não repetimos a presepada no dia seguinte. Já que queríamos apenas uma corrida no metrô e não uma corrida para o Brasil na condição de brasileiros deportados heheh

Saímos do Metrô e logo em seguida pudemos notar um outro equívoco: percebemos que apesar de termos descido na estação "Palermo" não estávamos próximo ao shopping "Palermo" como pretendíamos. O que não sabíamos era que estação Palermo referia-se ao "bairro" Palermo (muito grande em sua extensão) e não ao shopping Palermo, local onde pretendíamos ir. Andamos bastante e várias vezes no desiludimos com informações erradas (ou mal-compreendidas!) até descobrirmos que o shopping estava na verdade a alguns quilômetros das esquinas em que tentávamos procurá-lo. Depois que ficamos sabendo do nosso equívoco, paramos na Lan House mais perto para descansarmos um pouco e sobretudo darmos sinal de vida para nossos amigos e parentes que estavam no Brasil.


Foto tirada no interior do shopping Alto Palermo

Depois de aproveitarmos a Lan House, resolvemos que iríamos ao Shopping Alto Palermo de uma forma mais direta e -pelo menos dessa vez- livre de erros: pegaríamos um táxi! (opção bem cara no Brasil, porém na Argentina é uma opção incrivelmente mais barata!).

Uma coisa interessante que notamos na nossa corrida de Táxi no bairro Palermo foi uma "franquia" da Igreja Universal, mostrando que essa é um igreja realmente flexível: aceita reais, pesos, dólares... e do jeito que as coisas vão indo, se brincar daqui a pouco ela tá mais universal que o próprio McDonald heheh. No dia seguinte inclusive tentamos retornar ao mesmo lugar para bater foto da "filial" argentina da Igreja Univer$$al, mas como não obtivemos sucesso, vou postar aqui uma foto retirada do Google argentino:



Quando chegamos ao Shopping, outro equívoco... Era mais ou menos dez e vinte da noite quando chegamos ao Alto Palermo, o movimento era pouco, mas as luzes do Shopping e das lojas estavam todas ligadas. Aproximanos-nos de uma garota que sentada tomava seu sorvete para pedirmos uma informação dela de onde poderíamos achar um loja que vendesse câmera digital... "eita, informação difícil de compreender, hein?"... a gente esperava da garota uma resposta de onde ficava a bendita loja, mas o que a garota tentava explicar era que já estava tudo fechado, porém como todas as luzes estavam ligadas normalmente e ainda tinha um certo movimento pelo shopping a gente teve dificuldade para compreender isso. E a garota em vez de falar mais devagar, repetia a mesma coisa várias vezes, demorou um tempo para decifrarmos um "tudo cerrado" no meio das frases que ela repetia e enterdemos que ela não estava tentando explicar a localização de uma loja heheh

Depois de mais um equívoco naquela noite - pela viagem perdida por causa do Shopping que já se encontrava fechado (o taxista deveria ter nos avisado rsrs) - decidimos que já podíamos encerrar o dia para acordarmos disposto na manhã seguinte. Enquanto pedíamos informações na saída do shopping, observamos uma coisa que nos impressionou muito em nossa viagem pela Argentina: a quantidade de pessoas que dominavam o inglês no país do tango! Era uma coisa impressionante, quando pedíamos informação em português ou quando demostrávamos não dominar muito o espanhol, era muito comum os argentinos nos desafiarem no inglês. Durante nossa viagem isso ocorreu várias vezes, seja com jovens causuais no shopping (nesse dia), atendentes de loja de roupa (no dia seguinte), populares na rua enquanto pegávamos ônibus e até mesmo (pasmem!) um feirante tentou arranhar um inglês comigo para explicar onde ficava uma determinada rua. Enquanto no nosso país é difícil encontrarmos até mesmo jovens universitários que dominem bem o inglês, como brasileiro fiquei impressionado com este fato na Argentina.

Pegamos o ônibus para a casa e mais uma vez algo deu errado: não sei se foi por informação mal compreendida ou se novamente nos equivocamos, mas ficamos bem longe do nosso albergue quando descemos do nosso coletivo. Ficamos próximo a um posto e aproveitamos para pedir informação sobre como poderíamos ligar para o Brasil, o frentista nos apontou um orelhão e explicou que na Argentina o telefone público só funcionava com moedas... "Que dificuldade que tivemos para operar esse orelhão, hein?" A gente colocava a moeda mas ela quase sempre retornava caindo na parte de baixo e nós nunca conseguíamos ligar, tivemos que pedir ajuda para um segurança que nos orientou até conseguirmos efetuar a ligação, só sei que o saldo final desta brincadeira foi um prejuízo de "dois pesos", que não sei como - nem porque - a máquina engoliu sem nos conceder ligação alguma rsrs.

Depois de eu e meu pai falarmos com minha mãe que ficara no Brasil, aproveitamos o restaurante que estava em frente ao telefone público para comermos. Jantamos no Restaurante Undici, que fica no encontro da avenida Monte Oca com a Martim Garcia, a mais ou menos meio quilômetro do albergue. Durante nossa viagem, chegamos a jantar mais de uma vez nesse restaurante e nele aconteceu algumas situações engraçadas, quando este restaurante for novamente citado, eu contarei um pouco sobre algumas dessas situações. Após a janta, abrimos nosso mapa e vimos que era só descer pela Martim Garcia que chegávamos ao nosso albergue. Descemos a avenida e chegamos a pé no Hostal de La Boca. Por volta da meia-noite já estávamos dormindo - e nos preparando para mais um aprazível dia de viagem...




quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Primeiro dia na Praça de Maio

Bom, depois de falarmos sobre nossa chegada no aeroporto de Buenos Aires, nós enfrentamos a não grata fila da imigração, fomos conduzido por um taxista não muito convencional e chegamos ao nosso entretido albergue Hostal de la Boca (e foi feita um post com uma "pequena" dissertação tanto do albergue quanto do Bairro La Boca heheh) . Em seguida, depois de uma produtiva caminhada pela Rua Defensa, finalmente chegamos à Praça de Maio! - da qual fiz uma introdução no último post deste blog.

A primeira vista, a Praça não tem nada demais. Não é muito grande e apesar de bonita e arborizada, não há nada que impressione muito. O interessante da Praça está no seu valor histórico - por isso ela pode aparentar bem superficial para um turista desinformado - ou também pela visita que pode ser feita à Casa Rosada. Ou, se a pessoa tiver sorte, ela pode se deparar com alguma interessante - ou então pitoresca - manifestação na Praça, seja política ou econômica, seja de caráter popular ou mais burguês, pois a Praça chama a atenção por ser o principal lugar de expressão e subversão dos argentinos no país

Já era mais ou menos seis horas da tarde quando chegamos na mais importante praça de Buenos Aires. Tivemos sorte de chegarmos a essa hora, porque por coincidência nos deparamos com um evento que ocorre todo dia mais ou menos nesse horário: a encenação do recolhimento da Bandeira (no Brasil o horário de hastemento da Bandeira é as oitos horas e o recolhimento as dezoito, na Argentina não me lembro ao certo, mas acontece um pouquinho mais tarde)



Soldados argentinos vestido de trajes históricos marcham até o espaço onde fica hasteada a bandeira nacional, em frente a Casa Rosada (na foto acima infelizmente a bandeira ficou cortada por ser muito alta). Lá se posicionam e dão início à solenidade do recolhimento da bandeira, a cerimônia é feita com muito aparato e pompa, com direito a belas encenações e música (esta é marcante principalmente pela excelente atuação da corneta no concerto), um interessante espetáculo teatral.

Ao fim da cerimônia ocorre o recolhimento da bandeira, o soldados puxam uma cordinha que trazem à bandeira ao solo e cuidadosamente a acomodam para ser transportada. Ela é carregada por dois soldados, porém três soldados a frente e mais três soldados atrás ajudam a fazer a escolta do símbolo nacional (totalizando oito militares). Teatralmente eles se retiram do lugar e elegantemente vão marchando até à Casa Rosada, onde a bandeira fica resguardada durante a noite - até a hora em que ela será hasteada novamente no dia seguinte.

Enquanto os soldados marchavam e protegiam a bandeira nacional, várias pessoas de longe tiravam fotos daquela cena. Enquanto isso, eu travessamente me aproximei dos militares para tirar uma foto mais ousada heheh. A foto foi tirada pelo meu pai e ficou legal (abaixo), porém a única coisa que não ficou tão legal foram os turistas que fotografavam de longe e ficaram brabos com o inesperado acontecido - responsável pela minha acidental aparição nas fotos alheias (uahuahu)



Depois que os soldados ingressaram na Casa Rosada, esta ficou livre para a visitação do público. Na visitação, os turistas são divididos em grupos que percorrem o interior da Casa instruídos por um guia - que faz uma apresentação geral do local. Eu e meu pai a adentramos, porém deparamos com um pequeno problema: estávamos sem a nossa câmera fotográfica que acidentalmente ficara no Brasil. A câmera foi comprada somente no dia seguinte (nosso segundo dia de viagem), o que mais tarde nos forçou a irmos novamente a Praça de Maio para que pudéssemos registrar nosso passeio com fotos (e novamente fazermos uma visita guiada - em espanhol - ao interior da Casa e ficarmos uma hora sem entender nada do que o guia fala uahuahu)

Como as fotos que fizemos no interior da Casa Rosada só foram registradas a partir do segundo dia (assim como todas as fotos já postadas até então no blog), deixarei para falar sobre a nossa visita aos corredores e recintos da Casa somente quando escrever o post sobre nosso segundo dia de visita à Praça.

Foto do meu pai com soldados ao fundo carregando à bandeira para ser resguardada no interior da Casa Rosada:

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Praça de Maio

A Praça de Maio é a mais antiga praça da cidade de Buenos Aires e é considerada como lugar histórico nacional (tamanha sua importância para a Argentina) , visto que foi nela o lugar onde aconteceram os principais episódios históricos do país.

A praça passou por muitas mudanças até chegar aos dias atuais como a conhecemos hoje. As suas ruas, por exemplo, originalmente haviam sido ocupadas por jesuítas (mais ou menos até mil seiscentos e alguma coisa), porém todas as suas construções foram demolidas. Mais tarde, já em 1800, claramente a praça já era centro da vida política do país, chegando a seu auge ao ser - por exemplo - o local onde aconteceu o primeiro passo da independência da Argentina, que ocorreu em 1810, ou a jura a constituição em 1860. E em 1900 a praça foi parquizada, o curioso dessa história é que foram usadas palmeiras do Rio de Janeiro (capital brasileira à época) para este fim.

A praça é cercada por prédios históricos e importantes, incluindo a famosa Casa Rosada, sede do governo argentino. (Abaixo uma foto de eu e meu pai em frente à Casa Rosada)

"Casa Rosada", sede do governo argentino:



Para comparação: "Palácio do Planalto", sede do Governo Brasileiro:

(Qual é o mais bonito? Talvez não reste dúvida que pelo menos neste quesito nós ganhamos do nossos hermanos argentinos, né? heheh. Ou no mínimo, podemos dizer que o nosso pelo menos é mais moderninho... uaheuahu)

Uma característica marcante da Praça de Maio é ser o principal local de protesto e manifestações no País. Desde o famoso protesto das admiráveis "Mães de Maio" (mães que no passado resistiram ferozmente à ditadura militar e periodicamente se reúnem na praça de Buenos Aires para protestar e exigir notícias de seus filhos desaparecidos durante esse período - para saber mais sobre o assunto clique aqui) até militares caducos que - durante o "Dia do veterano de guerra" - até hoje saem as ruas para protestar contra a Inglaterra em função da Guerra das Malvinas e se reúnem na Praça de Maio onde espalham cartazes de protesto e constroem de improviso um tosco acampamento militar.

Grotesco acampamento militar construído no meio da Praça de Maio para protestar contra a Inglaterra e exigir que ela "devolva" as Ilhas Malvinas para a Argentina


Por sorte cheguei a ir na Praça de Maio durante o "Dia do Veterano de Guerra" e pude presenciar o acampamento e os cartazes de protestos.


O nome da praça faz referência à Revolução de Maio de 1810, que iniciou o processo de indepedência da Argentina em relação à Espanha, alcançado em 1816

A Praça de Maio, do ponto de vista turístico, é um dos locais mais óbvios de Buenos Aires. Numa analogia brasileira, ir à Argentina e não ir a praça de Maio, é semelhante a ir a Brasília e não conhecer o Eixo Monumental, onde fica a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto, o Congresso...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Rua Defensa (a caminho da Praça de Maio)

Depois de uma pequena (e importante! xD) pausa para falar sobre a simpática comunidade do "Couch Surfing", volto para a cronologia normal do blog :D

Como eu estava falando, saímos do aeroporto, chegamos no albergue e nos fomos apresentado ao nosso quarto. Este - devido a problemas como alagamento e outros - não nos deixou tão feliz assim xD. Porém como nós não viajamos para ficar dormindo no hotel, pra gente o quarto era o de menos heheh...

Apesar de eu ter feito uma descrição imensa sobre o Hostal de la Boca no penúltimo post, obviamente não ficamos tanto tempo nele quando chegamos. A descrição neste, evidentemente não é apenas sobre o primeiro dia, visto que funciona como um prefácio informal e antecipa vários dias da viagem e, além disso, no primeiro dia que chegamos no albergue nos preocupamos apenas em deixar as malas no quarto para poder andarmos por aí com as mãos livres

Antes de termos a emoção de caminharmos pela primeira vez nas ruas portenhas, nos encarregamos de falar com o camarada Damián (administrador do albergue) e pedir uma sugestão de onde ir. A sugestão dele foi meio óbvia, sabe aquele lugar bem manjado que todo mundo tem que ir quando quer conhecer uma cidade? pois então, essa é a Praça de Maio em Buenos Aires, a praça mais antiga da cidade.

O local sugerido pelo Damián, foi onde Buenos Aires foi fundado e, além de sua importância histórica e turística, a Praça de Maio é um dos principais lugares de manifestações e protestos no país (como o protesto das loucas de Maio que falo mais a frente). No local também se encontra os mais importantes prédios da capital argentina como o Banco de la Nación Argentina (equivalente ao nosso Banco do Brasil), o Museu Histórico do Cabildo, a Catedral Metropolitana e a por último a famosa Casa Rosada, que é a sede do governo argentino e também o lugar todo turista sem criatividade que vai a Argentina adora tirar fotos-clichê: a fotografia do indivíduo com a casa Rosada ao fundo!

Aqui, já adianto diversas fotos que tirei (junto com o meu pai) com a Casa Rosada ao fundo heheh:









uhauhauahauhau

para chegarmos à Praça de Maio o caminho ensinado pelo Damián era bem simples: saindo do Hostal de la Boca, atravessa o Parque Lezama e segue reto na Rua Defensa até o final.

abaixo o mapinha do caminho a ser pecorrido


Antes de começarmos a caminhada, fizemos uma pausa na padaria vizinha ao Hostal. Interessante como, até mesmo no simples ato de pedir o lanche, improvisar um portunhol pode não funcionar tão bem quanto imaginávamos e até mesmo render boas risadas. Pois apesar da maioria das palavras serem parecidas em ambas as línguas, achei impressionante como a pronúncia e o modo de falar faz com palavras iguais acabem ficando bem diferentes. E como nosso ouvido não está acostumado com o espanhol, é comum nos irritarmos por termos a impressão que eles sempre estão falando rápido, e as vezes eles se irritam por achar que nós que estamos falando rápido heheh

A melhor forma de tentar se comunicar ali na padaria era o famoso "habla despacito", ou seja, pedir para a pessoa falar mais devagar - quase em câmera lenta - o que tornava mais fácil entender aquela pronúncia confusa e tentar decifrar cada palavra que o cidadão falava. No entanto, várias vezes nos deparamos com palavras nada semelhantes o que complicava ainda mais a situação (uma clássica que aprendemos na hora foi "servilleta", que é o que chamamos de guardanapo). Porém, apesar de toda a confusão que rolava tanto da gente quanto deles na tentiva de nos fazermos entender, aquilo tudo era uma experiência divertida, que nos entretivemos tanto lá quanto em toda a viagem :D


Foto no Parque Lezama: a árvore ao fundo em destaque é o Jacarandá-mimoso, ao viajar para a Argentina percebe-se que esta árvore é muito comum por lá. Devido a facilidade em propagá-la e a beleza de sua floração, ela é muito utilizada na arborização de Buenos Aires

Saindo da padaria, atravessamos o Parque Lezama e seguimos para a Rua Defensa (em verde no mapa) em direção a Praça de Maio. Enquanto caminhávamos pela Defensa, nos deparamos com algumas situações:

- A rua argentina por um instante nos lembrou bastante do Brasil, quando encontramos um Banco Itaú por lá (Não existe banco argentino no Brasil, pelo menos de grande expressão. Mas a recíproca não é verdadeira... nós brasileiros comandamos hahah). Porém infelizmente não conseguimos sacar dinheiro no caixa porque o cartão era do Unibanco e na Argentina a fusão destes dois bancos ainda não tinha chegado :\

- Outra coisa que lembrou bem o Brasil na Rua Defensa foi quando paramos para conversar com o dono de uma banca de revista. Logo que falamos que éramos brasileiros o velho começou a falar de futebol, interessante que o cara era tão ligado nisso que até sobre o futebol brasileiro ele sabia bem mais que a gente. O velho ficou tão empolgado falando de futebol que só faltou dizer qual eram os jogadores do Brasil das copas de 50, 62, 66 e 70... - um a um! ... ele sabia quase tudo na ponta da língua uhauahu

- Apesar da Argentina ter a fama de barateira, a primeira impressão que tivemos enquanto estávamos na Rua Defensa a caminho da Praça de Maio foi o contrário, tomar um cafezinho por exemplo normalmente não saía por menos de 4 pesos (cerca de R$3) e um suco de laranja chegava a custar até 12 pesos (cerca de R$9). Preços absurdamente caros (!) Mas depois percebemos que estes itens normalmente tem preços mais elevados naquele país

-E por último encontramos na Rua Defensa algo bem incomum em Buenos Aires: uma pessoa negra. É tão raro encontrar um afro-descendente na Argentina que depois desse primeiro dia de viagem, só voltamos a ver um outro no último (e para piorar este ainda era um traveco brasileiro). Uma coisa interessante a frisar é que, ao contrário do que pensa o senso comum, a Argentina teve sim escravos africanos e muitos negros em sua população, exatamente como no Brasil e quase na mesma proporção. O fato de ter tão poucos negros hoje no país é um motivo nem um pouco nobre, ocorreu devido a um cruel genocídio do governo argentino contra essa minoria populacional: após a abolição da escravidão os negros em grande quantidade começaram a ser postos nas linhas de frente do exército argentino (como escudo humano) para serem os primeiros a levar tiro. E durante a época, devido aos vários conflitos que o país se envolveu (incluindo a Guerra do Paraguai), o governo argentino obteve um certo sucesso nessa sua tentativa bizarra de eliminar os negros e branquear a população. Por último uma epidemia de febre amarela serviu como golpe final para este extermínio macabro. Nos dias de hoje, porém, é comum os argentinos esconderem esse passado e negarem sua origem negra, cinicamente afirmando para si uma descedência puramente européia enquanto chamam nosotros de "macaquitos".

Depois de encerrarmos a caminhada na Rua Defensa, finalmente chegamos na praça de Maio, o assunto do próximo post =)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Couch Surfing

No post passado não detalhei como conhecemos e porque nos hospedamos no albergue do Damián. Seria por causa do bom atendimento oferecido pelo camarada? Ou porque já sabíamos do ilustre Bairro La Boca e tínhamos curiosidade em conhecê-lo? Nada disso! rsrsr...

Apesar de já sairmos do Brasil com reserva marcada para o Hostal de la Boca, nós não sabíamos muito ao certo o que iríamos encontrar por lá, como muita coisa em nossa viagem fizemos as coisas meio por acaso e deixamos que nosso destino ficasse ao sabor da sorte (ou do azar rsrs) =D.

A escolha do Hostal, por exemplo, aconteceu por uma indicação sabe de quem? Do guia turístico da Veja? não... Daquela tia rica que vive viajando para o exterior? não... a indicação veio de niguém menos que um (desconhecido) estrangeiro aventureiro que ficou alguns dias hospedados na casa do meu irmão mais velho. Para ser mais exato, o argentino aventureiro (que nos indicou o Hostal) hospedou-se por alguns dias na república de estudantes onde meu irmão morava em Brasília ;)

Estrangeiro aventureiro e desconhecido??? Meu irmão hospedando argentino??? República de estudantes virando albergue??? essa história tá muito estranha, não? uahuahua... toda essa presepada que eu contei na verdade foi só pretexto para eu falar sobre o ilustre Couch Surfing. Só pelas curiosas indagações do início desse parágrafo já dá para perceber que esse tal de Couch Surfing é de outro mundo, né? hehehehe

Além desse argertino aventureiro que indicou o Hostal de la Boca, nessa época meu irmão chegou a hospedar também em seu apartamento duas americanas, um nepalês e uma chilena. Tudo isso graças ao CouchSurfing :D

O que seria essa tal de couchsurfing afinal? Trata-se de uma comunidade virtual muito interessante. Pode parecer loucura em um primeiro monento, mas o Couch Surfing visa basicamente uma experiência turística em que você recebe em sua casa estrangeiros totalmente desconhecidos. Foi assim que meu irmão, junto dos outros estudantes que dividem o apartamento com ele, pode ter uma experiência cultural de receber gringos em sua casa e fazer excêntricas amizades com pessoas do mundo inteiro

E o melhor, além de poder receber pessoas na sua casa, da mesma forma quando você estiver viajando dá para ficar na casa de outras pessoas, totalmente gratuito. Graças a isso, meu irmão conseguiu inclusive fazer uma ambiciosa viagem de volta ao mundo, só usando o couchsurfing!... o que reduziu o custo com hospedagem a praticamente zero! Muito louco não? Quem quiser saber mais sobre essa viagem, este o endereço do blog onde ele conta suas histórias, presepadas e experiências da volta ao mundo: www.omundonumamochila.com

Porém, infelizmente nós não usamos o couchsurfing nessa nossa viagem a Argentina, já que ficamos no Hostal de la Boca (que valeu muito a pena também :D). Mas, para quem for viajar para qualquer lugar e tiver interesse e mente aberta para novas experiências, vale muito a pena dá uma conferida na comunidade do Couch Surfing na internet: www.couchsurfing.com


Ps: Acima é uma foto da minha casa em São Luís (clique para ampliar) numa noite em que dormiram 6 gringos em nossa residência (haja espaço para colchão e rede, hein? uhauahu). A comida foi preparada por eles mesmo e o jantar foi bastante animado, uma experiência que valeu a pena =)

Por último, uma reportagem muito interessante sobre como funciona o couchsurfing: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL295001-5602,00.html

segunda-feira, 11 de maio de 2009

El Hostal de la Boca

Depois da "pequena" (rsrs) apresentação do bairro La Boca, dessa vez vamos para uma introdução ao "Hostal de La Boca", aquele que seria o nosso novo lar durante os nossos divertidos dias em Buenos Aires =)



De início, fica a questão: O que seria um Hostal?

Para chegarmos na resposta da pergunta é necessário falar de coisas que atencederam nossa viagem. Quando ainda estávamos no Brasil, eu e meu pai demos uma boa pesquisada na internet sobre os mais diversos assuntos a respeito da Argentina, afinal era um local que nós nunca tínhamos ido e, em princípio, nem fazíamos idéia do que fazer por lá. O razão principal de nós termos escolhido este destino, não foi o fato de nós nos encantarmos com o tango, ou sermos fãs do Maradona ou, ainda, admirarmos a Evita Peron. O motivo principal foi porque ganhamos - a partir de milhagens da TAM - uma passagem para qualquer país da América do Sul. E já que nossa curiosidade de conhecer o Paraguai não era tanta assim, e nem nos interessamos em viajar para o Suriname, só nos restou a opção de escolher a Argentina heheh ;)

Como estávamos viajando meio por acaso, uma pequena pesquisa - sobre o país para onde estávamos indo - era algo mínimo a se fazer para pelo menos voltarmos vivo ao Brasil (para quem ainda não conferiu, as partes mais interessantes desta "pesquisa" foram reunidas neste post aqui). E durante essa pesquisa notei que muita vezes (principalmente em comunidades do orkut) as pessoas escreviam um estranho "Hostel" (com um "s" no meio) no lugar de "Hotel". Em um primeiro momento, essa forma diferente de escrever parecia apenas um erro de digitação, depois devido a quantidade de vezes que esse erro insistetemente se repetia comecei a achar que hostel era nada mais do que hotel em espanhol (inocente equívoco uhauhau). Somente mais tarde fui sacar o que realmente era um hostel.

Então, o que seria um "hostel"? Digamos, que é um local que tem de tudo para ser um hotel, hospeda pessoas como um hotel, cobra diárias como um hotel, lembra um hotel assim como um hotel, MAS NÃO É UM HOTEL!

E como não pode chamado como tal, chama-se de hostel. Deu para sacar? heheh... Talvez fazendo uma comparação fique mais fácil de entender. É algo semelhante a um fusca, ou então ao Corinthians: tudo nele lembra um carro, ou lembra um time, mas assim como fusca não é carro, Corinthians não é time, hostel não é um hotel!

Traduzindo do espanhol para o português, hostel seria algo aproximado ao que chamamos de albergue. Ou seja, uma alternativa barata de hospedagens para estudantes sem grana, viajantes pobres, aventureiros, ciganos, hippies, traficante de orgãos ou pessoas que são pegas de surpresa (e sem dinheiro!) por uma passagem gratuita da TAM. Como não estava no nosso plano uma viagem dessa, mas mesmo assim não queríamos perder uma passagem grátis (pô, de graça até busão pro lado errado!) valia a pena cortar os custos para viajar. E acredito que nada seja mais desnecessário em uma viagem do que se hospedar em um confortável hotel (afinal, o bom de sair de casa e viajar não é ficar dormindo no quarto, né?)

Explicado o que seria um Hostel, não foi respondida a pergunta do início do post, portando o que seria um "Hostal"? (o tipo de hospedagem onde ficamos). Assim como existe algo que chamam de hostel porque não pode ser chamado de hotel, hostal seria algo ainda mais abaixo, que como não pode ser chamado nem mesmo de hostel, chama-se de hostal. Brincadeira uahuah... até hoje não sei direito o que seria um hostal (para ser sincero só fui perceber que o nome era "Hostal de la Boca" e não "Hostel de la Boca" quando cheguei no Brasil hehe), mas na verdade é tudo a mesma coisa, já que ambos são albergue mesmo rsrsr


Cena de "O Albergue" - Filme de terror produzido em Hollywood

Depois da descrição sobre o Bairro La Boca e o que seria um hostel (ou "hostal"?) voltamos à cronologia normal do Blog. Após o percurso do aeroporto de Buenos Aires até o albergue com o taxista fanfarrão, chegamos ao nosso hospitaleiro "Hostal de la Boca". Na ocosião, a primeira diferença que percebemos de um albergue para um hotel, foi a ausência de uma recepção. Em vez de uma sala para aguardarmos sentado no sofá enquanto calmamente aguardamos nossa vez no atendimento, nos deparamos com uma singela campainha e ficamos esperando com as malas no lado de fora do prédio.

Após um pequena insistência na campainha, ouvimos o barulho na fechadura e uma pessoa com uma chave semelhante àquela chave de guarda roupa antigo (ou daquelas masmorras medievais) abriu a porta do hostal. Essa pessoa que nos recepcionou, era um espécie de faz-tudo do albergue: era recepcionista, administrador, informante turístico, tesoureiro... e nas horas vagas ainda era amigo para festa! O rapaz chamava-se Damián, um argentino muito gente fina que mais tarde - no nosso convívio com o albergue - se tornaria muito familiar para a gente.


Eis o Damián

Adentrando o albergue não havia sala, recepção ou semelhante, o local se resumia um enorme corredor que ia da portaria até o quintal, ou então escadas para os pisos superiores (que dava acesso a outros locais com o mesmo padrão, um enorme corredor retilínio - com várias portas anexas). Importante citar uma característica exclusiva daquele hostal: o seu colorido chamativo presentes nas paredes (tanto externas quanto interna) que é uma referência à (diversas vezes mencionada no post anterior) "personalidade" excêntrica do bairro La Boca.

Normalmente em albergue, é comum - como uma alternativa mais barata de hospedagem - um único quarto possuir várias beliches alinhadas (parecendo aquelas acampamentos militares de filme americano) e você ser obrigado a dividir o recinto e inclusive o banheiro(!) com outros desconhecidos, muitas vezes caracterizados por costumes escabrosos. Mas não foi dessa vez que descemos a esse nível rsrsr, apesar de estarmos pagando barato ficamos em um quarto-suíte privativo.

Depois de ser conduzido pelo Damián até o segundo andar, pudemos finalmente conhecer o nosso quarto: duas camas, um armário antigo, o sol entrava por uma pequena janelinha na parte de cima e um banheiro. Mas que banheiro! Era exatamente o oposto daquele banheiro que você idealiza encontrar em um hotel, banheirinho pequeno, tudo junto sem separação de box, sanitário daquele que se puxa a cordinha e dito cujo era tão estreito que o sanitário e a pia (um do lado do outro) quase se encostavam (mas graças a Deus, ambos eram bem asseados). E o chuveiro que saía da parede ficava quase em cima do sanitário!

O mais complicado de tomar banho naquele banheiro era arranjar um local para pendurar a roupa sem que ela molhasse. Já quanto ao quarto, era inevitável alagar após cada banho que tomávamos, visto que que o chão dele e do banheiro eram do mesmo nível e a porta não encostava no piso para impedir a saída de água. O pequeno pano de chão que colocávamos na saída do banheiro não era suficiente na tentativa de impedir que o quarto fosse alagado. A descarga então era um caso a parte, não podia-se usar toda hora, pois depois de cada descarga ele ficava intermináveis minutos carregando (quase meia-hora!), com um incômodo barulho de água passando por enorme cano que ficava exposto no teto.

Outra coisa que observamos depois, era que o quarto não possuía lixeira! Nenhuma, nem mesmo no banheiro! Além do albergue não fornecer serviço de camareira, café da manhã, itens como papel higiênico, sabonete ou toalha... para oferecer aquele preço mais camarada eles não tinham trabalho nem mesmo com o recolhimento de lixo! Já que para isso nem lixeira o quarto possuía ehehe (nesse caso tivemos que nos virar improvisando com sacos plásticos)

A principal área comum do albergue era a cozinha, óbvio que não tinha nenhum funcionário para lhe atender (afinal, o nosso amigo "faz-tudo" Damián podia ser versátil nas suas funções, mas já é desumano querer que ele ainda fosse cozinheiro, garçom e lavador de prato rsrs) e não havia nem mesmo comida por lá! Quem quisesse que se virasse e comprasse seu miojo na quitanda, porque um pequeno fogão ficava disponível ali para quem quisesse ferver seu macarrão instantâneo. Sobre a pia encontrava-se uma pequena quantidade de talheres, porém deveriam ser lavadas logo em seguida por quem as utilizasse. A cozinha era pequena e quando tinha muita gente, o espaço era pouco. Mas nela o que mais me marcou mesmo foi a geladeira, que - de tão velha - não usava ímã e sim um antigo sistema de manivelas, algo que nunca tinha visto em minha vida! (mas, que por incrível que pareça, ainda funcionou bem)

Apesar de tudo, nossa estadia no albergue não foi tão ruim, situações como essa já eram esperadas e depois de alguns dias mudamos para um quarto melhor (que tinha janela grande e não alagava após o banho!). E pondo todos os pesos na balança, diria que a experiência no albergue foi até positiva, pois nele encontramos algo que não vemos em hotel e dinheiro nenhum paga: uma boa convivência. O convívio no albergue, ao contrário do que normalmente acontece em um hotel, não se resumia a um "boa noite" ou um "bom dia". Naquele ambiente mais acessível e informal, nos deparamos com os mais diversos tipos de pessoas, os hóspedes pareciam mais bem humorados, mais abertos a fazer amizades e o dia-a-dia era mais animado. Além de hóspedes, muito ali tornaram-se sobretudos amigos.

Entre o mais diversos tipos de pessoas que a gente conheceu (desde um turco mal-humorado até um "casal punk" que aparentemente ganhava a vida fazendo malabarismo no trânsito), entre o animado churrasco organizado pela galera, entre o bom humor do Damião (e dos hóspedes) e entre diversas outras coisas que vem à memória, poderia dizer que, apesar de tudo, o Hostal de La Boca deixou inclusive saudade!


Fente do Hostal (Observe o colorido caraterísticos de edificações do Bairro La Boca!)



Uma visão parcial do grande corredor citado no texto (com visão do primeiro andar do hostal)



Um grande ponto positivo do Hostal era a sua privilegiada localização em Buenos Aires, próximo a quase todos os pontos turísticos, além de ter privilegiados pontos de ônibus, onde passavam dezenas de linhas para quase todos os lugares da cidade.



terça-feira, 28 de abril de 2009

El barrio La Boca


O BAIRRO "LA BOCA":




Como prometido, neste post falarei sobre o bairro que nos hospedou durante nossa estada em Buenos Aires: o bairro "La Boca" (enquanto que, no próximo post comentarei sobre o lugar do bairro onde ficamos hospedados: "El Hostal de la Boca")

Quando chegamos em "La Boca" vimos um bairro comum como qualquer outro. Mas nós não sabíamos dos curiosos locais e a interessante história que ele nos escondia por trás do seu cotidiano aparentemente tão normal.

Entre edifícios quaisquer e avenidas movimentadas, algo tão comum em qualquer cidade grande, pudemos notar algo de diferente: uma pequena parte da avenida na entrada do bairro com construções artísticas e pintadas com cores chamativas - fazendo um interessante contraste com o ambiente urbano de cor cinzenta. Abaixo uma foto deste "pedaço de avenida":




Nada demais, diria um turista desavisado (ao ver o "pedaço de avenida" da foto acima). Realmente, é verdade, nada demais... inclusive foi o que nós pensávamos toda vez quando passávamos pelo local: algo comum, nada aparotoso, que nem nos chamou muita atenção quando vimos em um primeiro momento.

Porém, o que nós descobrirmos somente depois de um bom tempo, era que aquele "pedaço de avenida" não estava ali por acaso, tinha um importante significado dentro da curiosa história do bairro "La Boca". O pedaço de avenida em si, era apenas uma pequena réplica de algo maior: o "Caminito" (uma interessante atração turística do bairro argentino).



O que é o Caminito? O Caminito é uma famosa atração de Buenos Aires que fica no bairro La Boca (a alguns minutos do local onde nos estávamos hospedados), e é considerado um dos maiores museus do mundo a céu aberto. O Caminito na verdade é uma rua do bairro La Boca, mais especificamente uma rua-museu, sua principal características é que a rua inteira (incluindo todas as suas casas e construções) é toda colorida - pintada de forma criteriosamente artística, com as mais chamativas cores. Caminhando por esta rua artística, o que se ver é uma arte onipresente, um colorido que preenche todo o campo de visão e encanta a pessoa que caminha pelo local.

Porque descrever tanto o Caminito? Além de sua relevância como cartão postal para Argentina, essa famosa atração turística tem sua óbvia importância no contexto do post porque aqueles murais coloridos - do "pedaço da avenida" que citei acima - fazia referência ao Caminito (mais colorido ainda). E o Caminito por sua vez, faz referência direta a história do Bairro La Boca, tema central que estou tratando agora. Voltando a falar desta curiosa história do Bairro La Boca, com tanto colorido pelo meio fazendo referência a esta, é de se imaginar que o passado deste bairro foi o melhor possível, né? As aparências enganam...

O passado do Bairro La Boca, muito pelo contrário, é meio sombrio. A região que hoje compreende este bairro sempre foi uma das partes mais degradadas e pobres de Buenos Aires. A sua única importância dava-se em função da boa localização perante o imponente Rio da Prata, que fez com o bairro tivesse um dos mais importantes portos da cidade. E a economia dependendo do porto, cominou com que a região fosse tipicamente de marinheiros - pobres em sua maioria.

Porém, atualmente, em contraste com seu passado, La Boca é um bairro com infraestrutura e urbanizado como qualquer outro bairro de classe média, e com o seu diferencial: o badalado Caminito - o centro colorido de artes que orgulha os argentinos. Fica a dúvida portanto: qual seria a estranha conexão entre o passado de marinheiros miseráveis do Bairro La Boca e a atual atração turística de cores vibrantes (o Caminito)?

Aí que entra a parte interessante da história: pode não parecer, mas ambos estão diretamente relacionados. Paradoxalmente o badalado colorido (hoje representado principalmente no Caminito) tem origem na miséria reinante do passado! Está relacionado às sobras de tintas que os marinheiros pobres do bairro La Boca traziam do porto para sua casa. Como a quantidade era escassa para pintar toda a casa de uma mesma cor, eles aproveitavam até a última gota da tinta de cada lata que com muito esforço conseguiam. As casas, portanto, acabavam sendo pintadas de várias cores, cada janela de uma cor diferente, a porta de outra cor e a parede de várias cores.

Com as casas dos marinheiros construídas a partir de tábuas de madeiras, placas e telhas de metal, e até mesmo (pasmem!) pedaços de navios, o bairro La Boca cresceu ao redor do porto, e na época era marcado por sua característica inconfundível: aquele cenário marcado pelas casas pitorescas pintadas com muitas cores... casas multi-coloridas! Porém com o tempo, aquele porto foi perdendo importância, o bairro diversificou suas atividades, cresceu para outras áreas e urbanizou-se. Já aquela antiga zona portuária do bairro - onde existiam as famosas casas multi-coloridas, símbolos do penoso passado - a cada dia tornou-se mais decadente e acabou por se tornar uma imensa favela!

No entanto, apesar de ter virado uma favela e ter perdido sua importância de antigamente, a zona portuária do bairro La Boca voltou a ser relembrada mais tarde: quando artistas plásticos tiveram a brilhante idéia de restaurar em forma de arte o sofrido passado do La Boca. E esse renomado "colorido" dos miseráveis marinheiros de outrora, passou a ser pintado em quadros, paisagens e artes no geral. Chegou a tal ponto, que as cores vivas passaram a serem adotadas como parte da própria personalidade do bairro La Boca: em referência àquelas casas multicoloridas, edificações de hoje são pintadas com cores diversas e há representações destas cores vivas espalhadas por todo bairro, como no exemplo do "pedaço de avenida" que eu mostrei acima. O próprio local onde nos hospedamos - El Hostal de la Boca (o qual dissertarei no próximo post) - foi pintado em referência as estas cores vibrantes que se tornou uma personalidade controvertida do bairro.

O auge desta arte está exposta no Caminito. Visando representar de forma mais fiel esse pitoresco passado colorido do La Boca, artistas optaram por uma rua da própria antiga zona portuária (e atual favela!) para restaurar as suas cores: escolheram a (até então inexpressiva) "Rua Caminito" - onde ficava um singelo ramal ferroviário, cheio de terra e pedra - para ser revitalizado e transformado em um ponto turístico: a referida rua foi toda colorida, os singelos casebres e barracos locais foram artisticamente pintados e enfeitados. Além disso, a inclusão de bares, artesanatos, lojas e restaurantes tradicionais tornaram aquela singela rua em uma atração de apelo mundial. Hoje o local recebe turistas do mundo inteiro, que ficam encantados com o lugar de cores vivas que "transpira arte" para todos os cantos.


Foto de eu e meu pai na entrada do Caminito

Mais cabe aqui um pequeno detalhe dessa empreitada: hoje temos uma das mais importantes atrações turísticas de Buenos Aires no meio da ex-zona portuária, ou seja, NO MEIO DE UMA FAVELA! Esse fato torna o Caminito um local que necessita o tempo todo ser fortemente policiado, e que não permite o vistitante se afastar muito da parte turística (onde concentra-se o policiamento) por correr o risco de ter até os rins roubados. Chega-se lá de ônibus e sai-se de ônibus. Quando eu e meu pai fomos ao local - além de contemplarmos o Caminito - pudemos notar tanto a atual decadência desta antiga região do La Boca (claramente visível na favela que envolve e se contrasta com toda a atração turística) quanto os resquícios do passado: na volta do Caminito em direção à parada de ônibus, nós fizemos um pequeno descaminho se aproximando do rio para observar àquela que foi em tempos antigos uma importante zona portuária; o que sobrou dela foi um rio fedorento e poluído, barcos abandonados e uma ponte em desuso.

Para não fugir a cronologia do blog, não vou entrar em mais detalhes sobre nossa visita ao Caminito, já que nós fomos lá em nossos último dias de viagem e o tema do post atual é o La Boca, bairro que nos recebeu quando chegamos em Buenos Aires (somente mais para frente, quando for feito um post especificamente sobre o Caminito, será postadas mais detalhes sobre ele e as várias fotos que foram tiradas neste admirável lugar)

Toda a descrição sobre o Caminito, sobre as cores vibrante e não deixando de incluir também as referências ao murais coloridos (do "pedaço de avenida" da foto lá em cima) fazem alusão à personalidade controvertida do Bairro La Boca. O que não deixa de ser também uma sátira da sua própria história - marcada pelos seus antigos marinheiros com casas multi-coloridas. Interessante observar, como até mesmo um inocente bairro (e não somente algo mais significativo como uma cidade ou um país) pode ter uma história, uma personalidade. Se me perguntassem, por exemplo, sobre a história de meu bairro, eu não saberia o que responder. Já o La Boca além de história, possui inclusive uma personalidade própria. Algo realmente notável e motivo de orgulho para os argentinos que nele residem! E merecedor de um enorme post como este que foi dedicado exclusivamente a ele! (além da homenagem ao bairro que está presente no próprio nome do blog!)



Algumas fotos tiradas no "La Boca" para encerrar o post:


Rio "morto" da ex-zona portuária: importante fonte econômica do La Boca no passado. Hoje apenas uma fonte de mal-cheiro que incomoda os turistas a caminho do Caminito!



Antiga fábrica do Bairro La Boca



Essa aqui foi uma cena vergonhosa que presenciamos no La Boca: motoqueiro sem capacete! - cena que no Brasil só vejo no interior do Maranhão por exemplo, na Argentina a gente viu isso em plena capital federal!



Outra importante atração do bairro La Boca é o famoso estádio La Bombonera. Estádio do Boca Juniors, time com maior quantidade de torcedores da Argentina (além de tudo, foi no La Boca que brotou o maior time de futebol da Argentina!). O estádio La Bombonera está sempre aberto para visitações e vem gente do mundo inteiro, mas como eu nem curto muito futebol, nós nem perdemos nosso tempo indo lá xD