domingo, 24 de janeiro de 2010

Crise na Igreja



"CONTRIBUIÇÃO VOLUNTÁRIA
A Catedral Metropolitana é de todos. É tua, é minha, é nossa.
E necessita de nossa ajuda.
Há muitos gastos que cubrir; e lamentavelmente nossos recursos são escassos.
Sabemos que estamos atravessando uma situação de crise e que as possibilidades de coloborar se tornam mais difíceis para todos.
Por isso que estamos trabalhando para poder pagar todos esses gastos
Estás disposto a colaborar com a Catedral?"

A grande crise do fim da era Bush não afetou somente os grandes bancos ou a indústria automobilística. A "mensagem" acima (fev/2009) nós pegamos em nossa visita a "Igreja Catedral" e estas estavam disseminadas em grande quantidade pelo templo, mostrando que até mesmo a tradicional Igreja Argentina fatigou perante a desconjuntura internacional do período.

Foto extraída do blog do meu pai, de um post que conta com um interessante texto sobre a Via Sacra, clique no link abaixo:


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Polícia Federal na Argentina

Polícia Federal no Brasil:


Agentes federais brasileiros em mais uma mega-operação contra os grandes chefões do crime organizado



Agente federais brasileiros na operação "salvadores da pátria"



Polícia Federal na Argentina:


Agente federal argentino... ééé... vigiando uma praça?


Agente federal argentino... ééé... falando no telefone público?
(o salário não dá para pagar um celular, não?)


Confesso que nos chocou a primeira vez que olhamos um policial federal na Argentina (as fotos acima é de nossa autoria, mostra alguns agentes espalhados pela Praça de Maio), vendo um agente federal ali - com uniforme de operário e vigiando uma praça igual um guardinha civil - a primeira coisa que eu pensei é que havia algo de muito errado naquela cena

Depois do susto inicial, eu e meu pai debatemos e chegamos a conclusão que a Polícia federal na Argentina deveria ser semelhante a Polícia Civil no Brasil (para assuntos mais locais), e que deveria haver uma outra força policial no "país do tango" que atuasse de forma semelhante à Polícia federal brasileira

Hoje, pesquisando na Wikipedia, pude ver que estávamos errado... na Argentina existe a Polícia Provinciana para os assuntos locais e a Polícia Federal de lá tem praticamente as mesmas atribuições da Polícia Federal daqui

O que nos levou a conclusões erradas é que na Argentina existe uma exceção para a capital nacional, onde a Políca Federal assume também o papel da Polícia Provinciana (ou civil no caso do Brasil), por isso que vimos em Buenos Aires policiais federais espalhados pela rua...

agora eu fico imaginando se não é uma situação embaraçosa ser concursado, possuir um salário equivalente a cinco ou dez mil reais e ter um cargo de agente federal para ser obrigado a passar o dia em pé e ter a função de vigiar uma praça hehehehe

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Segundo dia na Praça de Maio!

Depois de comprarmos a câmera e almoçarmos no Shopping Alto Palermo, partimos novamente para a "Plaza de Mayo" já que - como já comentado - não tínhamos registrada a Praça em fotos no primeiro dia que fomos lá

Pegamos um metrô e descemos na Estação Catedral, que é apenas uma entre tantas outras inúmeras estações que dão acesso a uma das mais importantes praças de Buenos Aires


Entrada de um metrô na Praça de Maio

Chegando à Praça ainda faltava bastante tempo para que se desse a início a cerimônia de recolhimento da bandeira e ao momento em que a Casa Rosada ficava aberta ao público, que ocorria logo após a cerimônia. Aproveitamos o tempo livre para visitarmos uma igreja histórica próxima à praça - a Igreja Catedral - mas infelizmente não era permitido tirarmos foto lá dentro. Em seguida uma missa começou a ser rezada, meu pai - que estava cansado - ficou sentado lá escutando uma agradável e compreensível missa em espanhol (inclusive comentou que a pronúncia do padre era horrível auhauahu), enquanto eu voltei para a Praça de Maio e fiquei "brincando" de tirar foto para passar o tempo, como se pode ver nas fotos abaixo heheh

Criança argentina brincando com os pombos:


Nunca vi um local tão cheio de pombos como essa Praça de Maio, era pombo em todos os cantos rs:


Mãe e filha alimentando pombos em frente a Casa Rosada:


Essa foto ficou legal, a garota alimentando o pombo na mão com a Casa Rosada ao fundo:


Não só de pombos vive a Praça de Maio, né? heheh

Como já falado em um post passado, a Praça de Maio é um dos principais lugares dos mais diversos tipos de protestos que ocorre na Argentina e eu tive a sorte de está presente no dia de uma dessas manifestações

Chegando na Praça de Maio eu fui surpreendido por ela está cheia de bandeiras e faixas com as cores branca e azul do país do tango, era o dia do Veterano de Guerra (8 de fevereiro), uma homenagem aos militares argentinos!

Uma manifestação de patriotismo por parte dos militares nesse dia seria algo completamente normal e aceitável, porém o que podia ser visto na Praça naquele dia ia muito além disso: os militares acampavam no meio da Praça e o assentamento era feito de forma bem bizarra, de improviso como se eles ainda tivessem no meio de um conflito militar.

Para completar a bizarrice da cena, eles espalhavam várias faixas pela praça para protestar (pasmem!) contra a Guerra das Malvinas! Não sei se ainda hoje existem americanos que ainda fazem fervorosos protestos pela Guerra do Vietnã (heheh), mas era engraçado ver aqueles militares lá com cartazes de "O sangue derramado jamais será negociado" ou "As Malvinas são e serão argentinas" como se a guerra ainda estivesse em curso...

O pior de tudo não é nem a caduquice daqueles militares, é saber que em pleno século XXI ainda existe alguém da valor a uma dais mais curtas, sangrentas e desnecessária guerra que aconteceu no século XX, promovida de forma artificial por uma ditadura militar numa tentativa imbecil e desesperada de recuperar sua decadente imagem perante a população

Fotos dos cartazes espalhados pela praça:


"As Malvinas são e serão argentinas"
"O sangue derramado jamais será negociado (pela honra de nossos irmãos mortos nas ilhas, no oceano e no continente)"



"Memoria, justiça, sin olvido (Memória, justiça, sem esquecimento) "

Nessa foto dá uma para ter uma bela visão do acampamento improvisado no meio da Praça (observe o tiozão falando ao telefone heheh):


Outra foto do acampamento mostrando as faixas na lateral:


Adentrando o acampamento para tirar uma fotinha (heheh):


Uma última foto, parte de trás do acampamento:

"Acampamento da Praça de Maio. Veteranos de Guerra NÃO reconhecidos"

Apesar de eu está sozinho passeando pela praça (enquanto meu pai descansava na igreja), eu apareço em algumas fotos... adivinha quem tirou a quinta foto da sequência acima?

A Cristina? O Maradona? Não, não... chegou perto... ninguém menos que a Polícia Federal! Uhuhauha, pode parecer uma piada sem graça e sem contexto, por isso que garanto que não é uma piada... estou falando sério, enquanto a Polícia Federal aqui no Brasil tem todo aquele status e aquela aura de salvadores da pátria, a polícia federal na Argentina mais parece com... com... uma piada! Isso mesmo, a começar pelo uniforme que mais parece de um operário de chão de fábrica... eu humildemente pedi para o cidadão bater uma foto e - sem saber que era um agente da polícia federal em seu traje de serviço - eu fiquei com pena do coitado e até cogitei ensiná-lo a usar a câmera pensando que era um pobre peão :( rsrsrs... tudo bem admito, essa última foi piada heheh...

Vou guardar para o próximo post uma foto do cidadão para o leitor saber do que estou falando... enquanto até o taxistas de Buenos Aires parecem respeitáveis agentes da polícia quando estão em seu carro (clique), o pobre do cidadão que é nada mais que agente da polícia federal nem policial parece, se assemelha mais a um guardinha de rua heheh :D

Mudando de assunto, depois de horas batendo fotos na Praça (e depois de ter feito um policial federal de fotógrafo) aproximava-se o horário da Cerimônia da Bandeira. Abandonei meu passatempo e corri para Igreja para chamar o meu pai, quando retornamos à praça a cerimônia já estava a alguns minutos de seu início

Não vou falar neste post como ocorre essa teatral cerimônia, porque já a descrevi detalhadamente no post "Primeiro dia na Praça de Maio" (clique!) . Após as belas encenações da solenidade de recolhimento da Bandeira Argentina, pudemos fazer uma visita guiada à Casa Rosada... o que já é assunto de um próximo post!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Segundo dia de viagem! (Shopping Alto Palermo)

Domingo era nosso segundo dia de viagem em Buenos Aires e a primeira vez em que nós acordávamos no Hostal de la Boca



Uma coisa é certa: não se deve esperar muito de um café da manhã em um albergue! No máximo um pão e um café! E torcer para que tenha um pouco manteiga para por no pão e pouco de leite para misturar com o café...

Mas quando chegamos na cozinha, nem café, nem pão! Como já falei uma vez, o albergue inteiro (que era relativamente grande) tinha um único funcionário (o Damián) e acho que não era sensato esperar que além de tomar conta da correria do dia-a-dia do albergue, ele ainda fosse se preocupar em nos servir café, pãozinho e uma geléia de morango para acompanhar, né?

Pois é, a cozinha era uma pequena mesa, armários para dispensa e uma geladeira, quem quiser que comprasse e cozinhasse... como nós não tínhamos nada comprado, tomamos nosso café-da-manhã "en la panaderia vecina a lo hostel" (na padaria vizinha ao albergue)

Depois do café, retornaríamos ao Shopping Alto Palermo já que necessitávamos comprar a câmera. Na noite anterior, apesar do equívoco do shopping fechado, já tínhamos escolhidos na vitrine a câmera digital a qual nós compraríamos no dia seguinte. Pegamos um ônibus e novamente descemos longe do nosso destino (não sei se foi por equívoco novamente rs) e mais uma vez tivemos que pegar um taxi para ir ao "Alto Palermo"

Uma vez no Shopping Alto Palermo, compramos uma câmera digital (já que a nossa havia ficado por engano no Brasil). Ufa, finalmente podíamos nos sentir um turista menos incompleto, porque fazer uma viagem e não ter câmera para registrar é como querer escutar música e ser surdo!

Finalmente estávamos livre para tirar fotos! Isso era algo tão importante que chegamos a considerar o nosso primeiro dia de viagem como perdido - visto que havia sido improdutivo porque não havíamos registrado nada. Por isso decidimos que nosso segundo dia seria nada mais que uma repetição do primeiro (só que com fotos): logo, mais tarde retornaríamos a Praça de Maio!

Além da câmera, compramos no "Alto Palermo" outra coisa que nos seria bastante útil durante a viagem: uma caneta (você nunca sabe quando vai precisar, por isso carregue uma! hehehe) e um dicionário "português-espanhol" - esse pode parecer supérfluo para duas línguas tão parecidas, mas é muito importante e cômodo carregar um pequeno dicionário de bolso: ele nos foi muito útil em diversas situações, sem ele seria bem mais complicado entender o que é "pollo" (frango) ou pedir uma "gaseosa" (refrigerante)... o que complicaria ainda mais nossa atrapalhada situação ao fazer um pedido na lanchonete hehehe.

Mas lanchonete é coisa de americano, os argentinos - que são muito parecidos com nossos amiguinhos gaúchos - gostam mesmo é de churrasco! Nada melhor do que almoçar na "Parrilla (churrascaria) Argentina":


Depois que eu bati essa foto, uma segurança do Shopping veio me chamar atenção, advertindo que não era permitido fotografar as áreas comerciais, uahuah...

Depois do almoço, descansamos na parte externa superior do "Alto Palermo", onde dá para ter uma visão privilegiada cidade de Buenos Aires. Mais tarde, pegaríamos um metrô em direção à Praça de Maio. Iríamos repetir o trajeto do dia anterior! (já que dessa vez tínhamos câmera e podíamos registrar o que víamos durante nossa viagem)

Nota: Uma grata surpresa que tivemos durante nosso passeio no "Alto Palermo" foi descobrirmos uma grande variedade de livros brasileiros em uma livraria do Shopping. Encontramos desde de autores mais célebres - "como Machado de Assis, Paulo Coelho, Graciliano Ramos, José Lins do Rego" - autores menos conhecidos - "como Fernando Morais ou Rubem Fonseca" - a até mesmo autores que nem mesmo deveriam ser citados, como "Sarney" - e o seu livro de gosto duvidoso "O dono do Mar"(...anhão rs)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fim do primeiro dia de viagem!

Depois de trilharmos pela Praça de Maio e pela Casa Rosada e ficarmos impossibilitado de tirarmos fotos, concluímos que a viagem não poderia continuar a partir daquele ponto se nós não comprássemos uma câmera digital. Eram oito para oito e meia da noite quando saímos da Praça de Maio, bastava que comprássemos a câmera, jantássemos e voltássemos para o albergue para encerrarmos o nosso primeiro dia de viagem. Mas várias situações aconteceram nesse meio tempo e merecem ser relatadas

Começando pelo incidente do metrô...

Visando a compra da câmera digital, resolvemos que partiríamos da Praça para o Shoping Alto Palermo (famoso shopping center de Buenos Aires) por meio de metrô - visto que, as várias estações na Praça de Maio praticamente convidam o turista para o uso deste meio de transporte. Abrimos nosso mapinha "metroviário" de Buenos Aires (que nos fora fornecido pelo próprio albergue) para vermos como chegaríamos à estação Palermo, não obstante pedi informação a um guarda que - com um difícil espanhol - só consegui entender que deveríamos entrar numa estação do outro lado da Praça.

Acreditando que a informação fornecida pelo guarda foi corretamente compreendida pela gente, nos dirigimos ao fim da praça, descemos para a estação subterrânea - onde conhecemos um gaúcho - e dentro de alguns minutos estávamos viajando no metrô: íamos felizes, e enquanto isso meu pai extrovertidamente tentava improvisar um portunhol para papear com argentinos presentes no interior do trem. Ia tudo tranquilo se não fosse por um pequeno "porém", depois de um tempo sentir uma sensação estranha por uma falta de algo, cutuquei meu pai e fiz a observação: "-Pai, nós não pagamos!" "O quê? Como assim?"

"Que raios de metrô é esse em que entramos sem pagar???" - pensei. A situação estava muito estranha, tentamos conversar sobre o assunto com os argentinos que viajavam no mesmo vagão que a gente. Depois de escutarem nosso dilema - e possivelmente terem nos entendidos - eles perguntavam muito se nós não passamos por um tal "molinete" (?), só depois fomos descobrir que eles se referiam ao que em bom português nós chamamos de "catraca".




Realmente, nós não havíamos passado em nenhuma catraca, já que nós não descemos para a estação por uma escada (como na foto acima) e sim por um elevador. - aí estava a solução (ou melhor, a causa) do problema. Até hoje não entendi o motivo do elevador por onde passamos dar esse estranho acesso "gratuito"(?) ao metrô. Será se este era reservado a deficientes físicos e idosos que não pagam pra viajar? Não sei, só sei que apesar de ficarmos grato com a "entrada franca", nós não repetimos a presepada no dia seguinte. Já que queríamos apenas uma corrida no metrô e não uma corrida para o Brasil na condição de brasileiros deportados heheh

Saímos do Metrô e logo em seguida pudemos notar um outro equívoco: percebemos que apesar de termos descido na estação "Palermo" não estávamos próximo ao shopping "Palermo" como pretendíamos. O que não sabíamos era que estação Palermo referia-se ao "bairro" Palermo (muito grande em sua extensão) e não ao shopping Palermo, local onde pretendíamos ir. Andamos bastante e várias vezes no desiludimos com informações erradas (ou mal-compreendidas!) até descobrirmos que o shopping estava na verdade a alguns quilômetros das esquinas em que tentávamos procurá-lo. Depois que ficamos sabendo do nosso equívoco, paramos na Lan House mais perto para descansarmos um pouco e sobretudo darmos sinal de vida para nossos amigos e parentes que estavam no Brasil.


Foto tirada no interior do shopping Alto Palermo

Depois de aproveitarmos a Lan House, resolvemos que iríamos ao Shopping Alto Palermo de uma forma mais direta e -pelo menos dessa vez- livre de erros: pegaríamos um táxi! (opção bem cara no Brasil, porém na Argentina é uma opção incrivelmente mais barata!).

Uma coisa interessante que notamos na nossa corrida de Táxi no bairro Palermo foi uma "franquia" da Igreja Universal, mostrando que essa é um igreja realmente flexível: aceita reais, pesos, dólares... e do jeito que as coisas vão indo, se brincar daqui a pouco ela tá mais universal que o próprio McDonald heheh. No dia seguinte inclusive tentamos retornar ao mesmo lugar para bater foto da "filial" argentina da Igreja Univer$$al, mas como não obtivemos sucesso, vou postar aqui uma foto retirada do Google argentino:



Quando chegamos ao Shopping, outro equívoco... Era mais ou menos dez e vinte da noite quando chegamos ao Alto Palermo, o movimento era pouco, mas as luzes do Shopping e das lojas estavam todas ligadas. Aproximanos-nos de uma garota que sentada tomava seu sorvete para pedirmos uma informação dela de onde poderíamos achar um loja que vendesse câmera digital... "eita, informação difícil de compreender, hein?"... a gente esperava da garota uma resposta de onde ficava a bendita loja, mas o que a garota tentava explicar era que já estava tudo fechado, porém como todas as luzes estavam ligadas normalmente e ainda tinha um certo movimento pelo shopping a gente teve dificuldade para compreender isso. E a garota em vez de falar mais devagar, repetia a mesma coisa várias vezes, demorou um tempo para decifrarmos um "tudo cerrado" no meio das frases que ela repetia e enterdemos que ela não estava tentando explicar a localização de uma loja heheh

Depois de mais um equívoco naquela noite - pela viagem perdida por causa do Shopping que já se encontrava fechado (o taxista deveria ter nos avisado rsrs) - decidimos que já podíamos encerrar o dia para acordarmos disposto na manhã seguinte. Enquanto pedíamos informações na saída do shopping, observamos uma coisa que nos impressionou muito em nossa viagem pela Argentina: a quantidade de pessoas que dominavam o inglês no país do tango! Era uma coisa impressionante, quando pedíamos informação em português ou quando demostrávamos não dominar muito o espanhol, era muito comum os argentinos nos desafiarem no inglês. Durante nossa viagem isso ocorreu várias vezes, seja com jovens causuais no shopping (nesse dia), atendentes de loja de roupa (no dia seguinte), populares na rua enquanto pegávamos ônibus e até mesmo (pasmem!) um feirante tentou arranhar um inglês comigo para explicar onde ficava uma determinada rua. Enquanto no nosso país é difícil encontrarmos até mesmo jovens universitários que dominem bem o inglês, como brasileiro fiquei impressionado com este fato na Argentina.

Pegamos o ônibus para a casa e mais uma vez algo deu errado: não sei se foi por informação mal compreendida ou se novamente nos equivocamos, mas ficamos bem longe do nosso albergue quando descemos do nosso coletivo. Ficamos próximo a um posto e aproveitamos para pedir informação sobre como poderíamos ligar para o Brasil, o frentista nos apontou um orelhão e explicou que na Argentina o telefone público só funcionava com moedas... "Que dificuldade que tivemos para operar esse orelhão, hein?" A gente colocava a moeda mas ela quase sempre retornava caindo na parte de baixo e nós nunca conseguíamos ligar, tivemos que pedir ajuda para um segurança que nos orientou até conseguirmos efetuar a ligação, só sei que o saldo final desta brincadeira foi um prejuízo de "dois pesos", que não sei como - nem porque - a máquina engoliu sem nos conceder ligação alguma rsrs.

Depois de eu e meu pai falarmos com minha mãe que ficara no Brasil, aproveitamos o restaurante que estava em frente ao telefone público para comermos. Jantamos no Restaurante Undici, que fica no encontro da avenida Monte Oca com a Martim Garcia, a mais ou menos meio quilômetro do albergue. Durante nossa viagem, chegamos a jantar mais de uma vez nesse restaurante e nele aconteceu algumas situações engraçadas, quando este restaurante for novamente citado, eu contarei um pouco sobre algumas dessas situações. Após a janta, abrimos nosso mapa e vimos que era só descer pela Martim Garcia que chegávamos ao nosso albergue. Descemos a avenida e chegamos a pé no Hostal de La Boca. Por volta da meia-noite já estávamos dormindo - e nos preparando para mais um aprazível dia de viagem...




quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Primeiro dia na Praça de Maio

Bom, depois de falarmos sobre nossa chegada no aeroporto de Buenos Aires, nós enfrentamos a não grata fila da imigração, fomos conduzido por um taxista não muito convencional e chegamos ao nosso entretido albergue Hostal de la Boca (e foi feita um post com uma "pequena" dissertação tanto do albergue quanto do Bairro La Boca heheh) . Em seguida, depois de uma produtiva caminhada pela Rua Defensa, finalmente chegamos à Praça de Maio! - da qual fiz uma introdução no último post deste blog.

A primeira vista, a Praça não tem nada demais. Não é muito grande e apesar de bonita e arborizada, não há nada que impressione muito. O interessante da Praça está no seu valor histórico - por isso ela pode aparentar bem superficial para um turista desinformado - ou também pela visita que pode ser feita à Casa Rosada. Ou, se a pessoa tiver sorte, ela pode se deparar com alguma interessante - ou então pitoresca - manifestação na Praça, seja política ou econômica, seja de caráter popular ou mais burguês, pois a Praça chama a atenção por ser o principal lugar de expressão e subversão dos argentinos no país

Já era mais ou menos seis horas da tarde quando chegamos na mais importante praça de Buenos Aires. Tivemos sorte de chegarmos a essa hora, porque por coincidência nos deparamos com um evento que ocorre todo dia mais ou menos nesse horário: a encenação do recolhimento da Bandeira (no Brasil o horário de hastemento da Bandeira é as oitos horas e o recolhimento as dezoito, na Argentina não me lembro ao certo, mas acontece um pouquinho mais tarde)



Soldados argentinos vestido de trajes históricos marcham até o espaço onde fica hasteada a bandeira nacional, em frente a Casa Rosada (na foto acima infelizmente a bandeira ficou cortada por ser muito alta). Lá se posicionam e dão início à solenidade do recolhimento da bandeira, a cerimônia é feita com muito aparato e pompa, com direito a belas encenações e música (esta é marcante principalmente pela excelente atuação da corneta no concerto), um interessante espetáculo teatral.

Ao fim da cerimônia ocorre o recolhimento da bandeira, o soldados puxam uma cordinha que trazem à bandeira ao solo e cuidadosamente a acomodam para ser transportada. Ela é carregada por dois soldados, porém três soldados a frente e mais três soldados atrás ajudam a fazer a escolta do símbolo nacional (totalizando oito militares). Teatralmente eles se retiram do lugar e elegantemente vão marchando até à Casa Rosada, onde a bandeira fica resguardada durante a noite - até a hora em que ela será hasteada novamente no dia seguinte.

Enquanto os soldados marchavam e protegiam a bandeira nacional, várias pessoas de longe tiravam fotos daquela cena. Enquanto isso, eu travessamente me aproximei dos militares para tirar uma foto mais ousada heheh. A foto foi tirada pelo meu pai e ficou legal (abaixo), porém a única coisa que não ficou tão legal foram os turistas que fotografavam de longe e ficaram brabos com o inesperado acontecido - responsável pela minha acidental aparição nas fotos alheias (uahuahu)



Depois que os soldados ingressaram na Casa Rosada, esta ficou livre para a visitação do público. Na visitação, os turistas são divididos em grupos que percorrem o interior da Casa instruídos por um guia - que faz uma apresentação geral do local. Eu e meu pai a adentramos, porém deparamos com um pequeno problema: estávamos sem a nossa câmera fotográfica que acidentalmente ficara no Brasil. A câmera foi comprada somente no dia seguinte (nosso segundo dia de viagem), o que mais tarde nos forçou a irmos novamente a Praça de Maio para que pudéssemos registrar nosso passeio com fotos (e novamente fazermos uma visita guiada - em espanhol - ao interior da Casa e ficarmos uma hora sem entender nada do que o guia fala uahuahu)

Como as fotos que fizemos no interior da Casa Rosada só foram registradas a partir do segundo dia (assim como todas as fotos já postadas até então no blog), deixarei para falar sobre a nossa visita aos corredores e recintos da Casa somente quando escrever o post sobre nosso segundo dia de visita à Praça.

Foto do meu pai com soldados ao fundo carregando à bandeira para ser resguardada no interior da Casa Rosada:

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Praça de Maio

A Praça de Maio é a mais antiga praça da cidade de Buenos Aires e é considerada como lugar histórico nacional (tamanha sua importância para a Argentina) , visto que foi nela o lugar onde aconteceram os principais episódios históricos do país.

A praça passou por muitas mudanças até chegar aos dias atuais como a conhecemos hoje. As suas ruas, por exemplo, originalmente haviam sido ocupadas por jesuítas (mais ou menos até mil seiscentos e alguma coisa), porém todas as suas construções foram demolidas. Mais tarde, já em 1800, claramente a praça já era centro da vida política do país, chegando a seu auge ao ser - por exemplo - o local onde aconteceu o primeiro passo da independência da Argentina, que ocorreu em 1810, ou a jura a constituição em 1860. E em 1900 a praça foi parquizada, o curioso dessa história é que foram usadas palmeiras do Rio de Janeiro (capital brasileira à época) para este fim.

A praça é cercada por prédios históricos e importantes, incluindo a famosa Casa Rosada, sede do governo argentino. (Abaixo uma foto de eu e meu pai em frente à Casa Rosada)

"Casa Rosada", sede do governo argentino:



Para comparação: "Palácio do Planalto", sede do Governo Brasileiro:

(Qual é o mais bonito? Talvez não reste dúvida que pelo menos neste quesito nós ganhamos do nossos hermanos argentinos, né? heheh. Ou no mínimo, podemos dizer que o nosso pelo menos é mais moderninho... uaheuahu)

Uma característica marcante da Praça de Maio é ser o principal local de protesto e manifestações no País. Desde o famoso protesto das admiráveis "Mães de Maio" (mães que no passado resistiram ferozmente à ditadura militar e periodicamente se reúnem na praça de Buenos Aires para protestar e exigir notícias de seus filhos desaparecidos durante esse período - para saber mais sobre o assunto clique aqui) até militares caducos que - durante o "Dia do veterano de guerra" - até hoje saem as ruas para protestar contra a Inglaterra em função da Guerra das Malvinas e se reúnem na Praça de Maio onde espalham cartazes de protesto e constroem de improviso um tosco acampamento militar.

Grotesco acampamento militar construído no meio da Praça de Maio para protestar contra a Inglaterra e exigir que ela "devolva" as Ilhas Malvinas para a Argentina


Por sorte cheguei a ir na Praça de Maio durante o "Dia do Veterano de Guerra" e pude presenciar o acampamento e os cartazes de protestos.


O nome da praça faz referência à Revolução de Maio de 1810, que iniciou o processo de indepedência da Argentina em relação à Espanha, alcançado em 1816

A Praça de Maio, do ponto de vista turístico, é um dos locais mais óbvios de Buenos Aires. Numa analogia brasileira, ir à Argentina e não ir a praça de Maio, é semelhante a ir a Brasília e não conhecer o Eixo Monumental, onde fica a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto, o Congresso...