quinta-feira, 5 de março de 2009

Na sala de embarque do aeroporto de Brasília

Dez horas da manhã do dia 7. Aquele era um momento sublime na minha vida, finalmente iria desbravar por mares nunca dantes navegados: o embarque internacional do aeroporto. Aquele sempre tinha sido na minha vida uma área do aeroporto a qual eu nunca podia visitar, um local restrito, proibido ao reles mortais como eu. Pois nunca podia atravessar por aquela porta, sempre tinha de ir pelo embarque doméstico, a porta da segregação, que sempre levava para os mesmos lugares - São Paulo, Brasília (onde estudo) e São Luís (onde moro) - enquanto alguns poucos privilegiados podiam atrevassar aquele outro portão e conhecer o mundo!

Quantas vezes não estive no aeroporto de Guarulhos, ou de Brasília, e havia desejado passar por aquele portão, sem poder fazê-lo, porém o dia havia chegado! Entrei no embarque internacional junto com o meu pai, passamos pelo Duty Free (nem sabia que isso existia. Para quem não sabe do que se trata é uma loja dentro do aeroporto - disponível somente para quem tá fazendo viagens internacionais - que é isenta de impostos e que teoricamente deveria ser bem barata, mas não foi bem o que nós observamos no aeroporto de Brasília) e fomos para um banca de revistas passar o tempo enquanto esperávamos nosso vôo para a Argentina.



Enquanto folheávamos as revistas na banca, observei uma garota gringa tentar se comunicar com o homem do caixa... que engraçado, tamanha mulher de 20 anos e nem sabe falar português direito, enquanto meu sobrinho com apenas três anos fala bem melhor que ela, que burrinha essa mulher, hein? uhauahuhau... achei gozado sem me tocar que mais tarde a situação se inverteria: eu próprio me tornaria o gringo. Acostumado a zoar os outros por pronunciar "non" em vez de "naum", eu que seria o diferente, o estranho por pronunciar "naum" em vez de "non"... a vida dá voltas hehhehe

Saímos da banca e sentamos na fileiras de cadeiras da sala de embarque para aguardar o nosso vôo e observei pela décima vigésima vez seguida outra cena na qual eu divirto muito (dessa vez no aeroporto): a fila para entrar no avião. Essa é a fila mais sem lógica que eu já vi na minha vida. Tudo bem você formar uma fila para um sala de cinema por exemplo, afinal você quer pegar os melhores lugares para ver o telão. Ou então formar um fila para ônibus urbano, afinal você quer pegar o primeiro coletivo e chegar logo em casa. Agora, fila para entrar no avião? Os lugares estão todos marcados e nem ninguém vai chegar ou deixar de chegar primeiro em seu destino porque se esforçou (e aguardou bastante!) para ser um dos primeiros da fila -_-'

Mas é o que misteriosamente acontece: assim que dona moça do alto-falante avisa qual é o portão que dá o acesso ao avião forma-se um fila imensa em frente a ele. As pessoas chegam a aguardar horas e horas naquela fila estática em pé (e muitos ainda se zangam! o_O) sendo comum ter uma porrada de cadeira disponível para o cidadão ficar sentado. Quando eu sento nessas cadeiras e o aguardo o portão abrir é uma das horas que tento refletir o que faz um cidadão aguardar horas e horas numa fila daquela com o portão fechado. Será se o cara fica ali porque quer entrar primeiro no avião para sentar logo? (talvez não, porque acho que não seria muito inteligente aguardar meia hora em pé, para se sentar três minutos antes dos outros uhauauh) Ou será se aeromoça distribui pirulito para quem chegar primeiro? hehehe

Seja qual for motivo da fila, sempre aguardo calmamente ali sentado esperando abrir o portão. Quando abre, aguardo a fila se movimentar e quando tiver faltando menos que três pessoas nela, eu pego o rabo da fila e entro. Bem mais prático, não? uahuahuah... Foi o que eu fiz! Posso ter deixado de receber o pirulito por não ter ficado comportadadinho aguardando na fila como todo mundo, mas nada é tempo ruim quando estamos fazendo nossa primeira viagem para fora do país, né? =)

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